Achei aqui em casa, revirando a minha maleta do passado, uma carta que eu escrevi pro meu eu-futuro (acho que agora, depois de 6 anos já conta!) e fiquei feliz e nostálgica lendo ela - eu já fui cof cof ainda sou mais dramática e sonhadora. Vou tentar restaurar isso. Resolvi compartilhar aqui no blog como um desabafo pessoal do passado e também é uma boa maneira de nunca perdê-la.
Transcrevi tudo exatamente como está no papel, e sim - tem algumas partes que parecem idiotas, mas é quem eu fui (sou?):
"Oi aqui quem fala sou eu. Não tenho muito o que fazer então vamos falar de mim. Espero que não fique tão idiota.
Ainda não sei o que vou fazer da vida. Não sei se vou ganhar dinheiro, se vou casar, se vou lembrar com saudade de tudo isso que é minha realidade atual. Não sei se vou morar com meus amigos, não sei se vou amar meu emprego.Talvez eu esteja errada com meus projetos de futuro, talvez eu vá morar em Las Vegas ou numa cidade italiana, talvez eu tenha uma cafeteria em Londres ou seja escritora de ficção, talvez eu deixe de ser eu e me torne mais um monstro capitalista.
Espero não perder essa parte de mim que pensa em um mundo melhor, em viajar, em virar hindu, em apenas dançar. Aquela parte que chora vendo um filme, que ri de boca cheia, que ouve música e tem um frio na barriga pensando na vida. Ah, como é bom poder me libertar do mundo, fugir para meu lugar seguro. Meu esconderijo de fantasia e uma xícara de café, por favor.
Se der tempo, quero viver em Roma, Paris, Vegas, NY City, Londres, Índia, Liverpool, Porto Alegre. Quero ver a Torre Eiffel, o muro de Berlim, o Louvre, os moinhos da Holanda, as touradas da Espanha. Quero ir na Disney, em shows, quero estudar, fazer música, ler, escrever, comer, trabalhar. Quero viver e não cair na rotina. Queria ter uma mar de Coca-Cola. Espero escrever vários livros, morar em vários lugares, conhecer várias pessoas. Quero ser várias pessoas sem deixar de ser eu, essa que ama seus amigos, gosta de conversar, ama música, comer, é bagunceira e sonha com mil coisas. Tem a imaginação maior que o mundo e quer ser feliz. Não espero uma vida de conto de fadas nem um felizes para sempre. Quero só viver e não esquecer quem eu sou.
Eu sou aquela que odeia regras, gosta de bichos de pelúcia, usa as roupas que gosta mesmo que seja chamada de louca. Aquela que não dispensa mais cinco minutinhos, que faz fiasco e também sabe falar sério. A que não suporta mudar pelos outros e que é cheia de defeitos. Que ama ficar horas falando m*rd*, ficar com quem gosta e ouvir música. Que fica horas arrumando o quarto que tá sempre bagunçado. Que é criança e é adulta, que é idiota, mas muito culta, que é apenas o que é.
Ana (2008)"
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